quarta-feira, 21 de abril de 2010

A língua portuguesa em Macau



Macau é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China (RAEM) desde os primeiros momentos da madrugada do dia 20 de Dezembro de 1999. Antes desta data, a região foi colonizada e administrada por Portugal durante mais de 400 anos e é considerada o primeiro entreposto bem como a última colónia europeia na China.
Na RAEM, a língua portuguesa tem também estatuto de língua oficial a par da língua chinesa, como estipula o art.º 9 º da Lei Básica “Além da língua chinesa, pode usar-se também a língua portuguesa nos órgãos executivo, legislativo e judiciais da Região Administrativa Especial de Macau, sendo também o português língua oficial”.
Na RAEM a língua portuguesa é língua veicular de ensino na Escola Portuguesa de Macau, na Escola Luso-Chinesa, em alguns cursos do Instituto Politécnico de Macau e da Universidade de Macau, nomeadamente no curso de Direito. É ensinada como língua estrangeira em vários colégios, no Centro de Línguas da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, no Instituto Português do Oriente, na Universidade de Macau, no Instituto Politécnico de Macau, no Instituto de Formação Turística e outros. Existe um canal de rádio e de televisão em português. Este último não tem um horário de programação muito alargado mas tem a vantagem de nos ligar à RTPI. Existem três jornais diários, um semanário e algumas revistas periódicas em português.
Só à volta de 4% das pessoas na RAEM falam português. No entanto, estima-se que haja à volta de 150 mil cidadãos com passaporte português.
Muitos dos falantes de língua portuguesa aprenderam o português como língua estrangeira. Só usam a língua em determinados contextos, sofrem influência de outras línguas, os próprios familiares próximos falam outra língua, a cultura portuguesa não lhes está próxima Por isso a sua compreensão e sua forma de expressão é muitas vezes incorrecta. Mesmo as crianças filhas de portugueses emigrantes temporários precisam que se faça um grande esforço para que aprendam e usem a língua portuguesa correctamente.
Na RAEM os nomes das ruas estão escritos em português e chinês sem erros. Já os nomes dos estabelecimentos comerciais, os anúncios, muitas traduções de informações, muitos avisos estão quase ilegíveis.
É cada vez mais importante valorizar e apoiar a difusão da lingua portuguesa, pois preservá-la é também defender os bens mais preciosos da nação, a nossa identidade e os nossos costumes, de modo a perpetuar a nossa história e dar a conhecer ao mundo a cultura do nosso pais bem como a de todos os paises de lingua oficial portuguesa como o Brasil, Angola e Timor Lorosae entre outros.


Fonte
Bruno João Poejo Dionísio
EFA S09-1

A Viagem da Lingua Portuguesa

A língua portuguesa é uma língua de origem românica que teve origem no que é hoje a Galiza e o norte de Portugal, derivada do latim vulgar falado pelos povos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da península ibérica (Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios) há cerca de dois mil anos atrás. O idioma espalhou-se pelos nos séculos XV e XVI quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial que se estendeu do Brasil, nas Américas a Goa, e outras partes da índia, Macau na China e Timor-leste. Foi também utilizada como língua franca exclusiva na ilha do Sri Lanka por quase 350 anos. Durante esse tempo, muitas línguas crioulas baseadas no português também apareceram em todo o mundo especialmente na Ásia e África.
Com mais de 260 milhões de falantes, é como língua nativa, a quinta língua mais falada no mundo, a mais falada no hemisfério sul, a terceira mais falada no mundo ocidental e das que usam o alfabeto latino.
O português é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional e utilizam como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidade luso falantes.
Esta língua não dispõe de um território contínuo, mas de vastos territórios separados em vários continentes e não é privativa de uma comunidade mas sim sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas.
O português apresenta uma grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam, sendo por isso, uma das principais línguas internacionais do mundo.Uma língua de cultura como a nossa, portadora de longa história, que serve de matéria-prima e é produto de diversas literaturas, instrumento de afirmação mundial de diversas sociedades, não se esgota na descrição do seu sistema linguístico. Tem uma existência que é motivada e condicionada pelos grandes movimentos humanos e, imediatamente, pela existência dos grupos que a falam.
Significa isto que o português falado em Portugal, no Brasil e em África pode continuar a ser sentido como uma única língua enquanto os povos dos vários países luso falantes sentirem necessidade de laços que os unam. A língua é, porventura, o mais poderoso desses laços.
A realidade da noção de língua portuguesa, aquilo que lhe dá uma dimensão qualitativa para além de um mero estatuto de repositório de variantes, pertence, mais do que ao domínio linguístico, ao domínio da história, da cultura e, em última instância, da política. Na medida em que a percepção destas realidades for variando com o decorrer dos tempos e das gerações, será certamente de esperar que a extensão da noção de língua portuguesa varie também.
Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialectos, até chegar ao estado conhecido actualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialectos, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (português brasileiro e português europeu). Actualmente, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais.

Fontes: Instituto Camões
Wikipedia - A Lingua Portuguesa

Geografia do Português:







Bruno João Poejo Dionisio

EFA S09-1

Migrações

Rita Pestana nasceu no Alentejo em 1952, na cidade de Elvas. Em 1977, com 25 anos, veio para Lisboa com o seu marido e os 3 filhos por questões profissionais. O seu marido, na altura cabo da Guarda Nacional Republicana havia sido transferido para a escola prática de Queluz, o que fez com que toda a família se mudasse para Lisboa. Embora houvesse grandes diferenças entre a sua cidade natal e Lisboa, a adaptação foi rápida e fácil, uma vez que a capital era frequentemente visitada por ambos, uma vez que tinham ali familiares a viver há já largos anos.
As grandes alterações que se fizeram sentir nos primeiros tempos de vida em Lisboa foram essencialmente a falta de sossego e outras diferenças no que diz respeito à qualidade de vida nas grandes cidades. A sintonia com a natureza, o ar puro, deixar brincar as crianças tranquilamente nas ruas, não viver de portas trancadas foram coisas que ficaram para trás. No entanto, com o tempo, foram-se habituando a um novo estilo de vida e foram obrigados a criar novos hábitos, sem que no entanto deixassem de fazer as coisas que gostavam de fazer anteriormente, como os piqueniques em família no campo. Não eram feitos nos prados verdes e floridos da aldeia, como antes, mas num jardim ou espaço verde da cidade e nem por isso deixavam de ser interessantes.
O maior problema de adaptação, foram talvez os problemas sociais com que se depararam, como a habitação, pobreza, exclusão, droga, criminalidade, porque uma coisa era vir de visita uns dias a Lisboa, outra era ter que viver cá permanentemente, e criaram-se falsas expectativas porque as grandes áreas metropolitanas ainda que geradoras de grandíssima parte da riqueza nacional, apresentam em Portugal os maiores problemas sociais.
Apesar de tudo isto e de algumas dificuldades iniciais, o balanço final foi bastante positivo, porque as oportunidades de trabalho que surgiram melhoraram consideravelmente a sua vida e isso não seria de todo possível, nessa época, se tivesse ficado no Alentejo.
Bruno João Poejo Dionisio
EFA S09-1